Olá mulheres despertas!
Quero compartilhar com vocês um pouco da minha caminhada em busca de métodos contraceptivos naturais.
Faz mais de 10 anos que eu não uso pílulas anticoncepcionais e nenhum outro método hormonal. Quando eu parei com os anticoncepcionais minha maior motivação foi o medo de ter trombose, pois nesta época eu era fumante e sedentária, dois fatores que junto com os hormônios sintéticos anticoncepcionais aumentavam 5 vezes o risco. Como eu não estava disposta a abandonar meus vícios, abandonei os hormônios.
Meu corpo agradeceu muito, melhorou minha libido e me mantive utilizando apenas a camisinha como método contraceptivo e para prevenir DSTs.
Muita coisa mudou em minha vida, de dez anos para cá: tive três filhos com meu companheiro, não bebo e não fumo faz um tempo, e me sinto muito saudável. Hoje sou Terapeuta Holística com formação em Ginecologia Natural e estou a cada dia buscando conhecer mais meu ciclo e meu corpo, minha meta é saber quando estou fértil apenas com a percepção do meu ciclo tocando meu colo do útero, percebendo o muco que sai dele e temperatura basal. Também eu tenho plena consciência das alterações hormonais que acontecem naturalmente em meu corpo e como usufruir delas para meu autoconhecimento. Percebo que tenho 4 fases no mês em que estou diferente em cada uma delas assim como as fases da Lua, e percebo que sou cíclica assim como tudo na natureza, e esta concepção me traz muito equilíbrio emocional.
É uma nova jornada e quero compartilhar este processo com mulheres que estão nesta busca.
Uma pergunta que não quer calar:
Por que não quero usar anticoncepcional (que inclui pílulas, injeções, adesivos, anel vaginal com hormônios e tudo que liberar hormônios no organismo para impedir a ovulação)?
Estudando Ginecologia Natural e Naturopatia descobri que os uso de hormônios podem causar diversas doenças ginecológicas, desregulam nossa produção de hormônios natural e nos prende em um círculo vicioso em que deixar de usá-los pode causar sintomas de um efeito rebote como espinhas, desregulação do ciclo menstrual, queda de cabelo, entre outros. Este efeito acontece porque nosso corpo deixa de produzir alguns hormônios e diminui a produção consideravelmente de outros sob efeito dos anticoncepcionais. Quando paramos com os hormônios sintéticos nosso corpo começa a produzir estrogênio e progesterona a mais para suprir a falta de produção anterior. Isto causa este efeito de excesso de hormônios, o efeito rebote.
Antes de começar a usar os anticoncepcionais a mulher não é informada de muitas coisas que eu vou trazer para vocês aqui. Mulheres que têm histórico de trombose, aborto de repetição, tendência a varizes, enxaqueca crônica e são fumantes não deveriam fazer uso desse método por ter o risco de Trombose muito aumentado. A pílula pode causar depressão e redução grande da libido. Dores de cabeça, enjoo e variação de peso. De acordo com a bula do Diane 35 entre outras doenças a SOP também pode estar associado ao uso da pílula. Se você ler a bula vai descobrir muitos outros possíveis efeitos colaterais. Também poucas sabem que a pílula pode falhar como método contraceptivo no caso de uso de antibióticos e apresentar quadro de diarreia ou vomito após ter ingerido a pílula.
Além dessas questões relacionadas aos riscos de saúde física, existe toda a questão ligada à desvalorização dos ciclos femininos e todo poder feminino que sua percepção pode proporcionar à mulher. Estar alheia à esta questão é também estar totalmente entregue ao poder do sistema. Percepção do ciclo é liberdade. O corpo pode ser visto como um espaço de resistência a partir do momento em que entendemos que nem todo momento estamos produtivas, que momentos em que precisamos estar voltadas para nós mesmas, com Tempo Para Mim, Tempo Para Meditar, são importantes. A TPM vista como um momento em que não somos produtivas, mas que se faz necessário para nosso equilíbrio, porque somos cíclicas e não somos controláveis, incomoda muito o sistema econômico.
A mulher não ovula, desta forma o ciclo não acontece e ela não vivencia o seu ciclo, não consegue acompanhar as mudanças que ocorrem em seu muco, temperatura, emoções… ou seja, ela não cicla com sua lunação interna. Todo processo é artificial e ela fica dependente dos métodos hormonais e do sistema, sem autonomia e conhecimento do próprio corpo. Muitas vezes as mulheres nem se lembram como elas eram antes de começar a usar métodos hormonais, não percebem as alterações que a pílula causa em seu ânimo, seu emocional, seu humor e seu peso.
O anticoncepcional mantém uma quantidade de hormônios linear, sem variação nos níveis de hormônios. A não variação dos níveis de hormônios progesterona e estrogênio impedem a ovulação, e apenas durante a pausa das pílulas ocorre a menstruação anovulatória, descamação do endométrio sem ter tido a ovulação. Se não tivesse a pausa não haveria a menstruação, que antes valorizada por muitas culturas matriarcais vai se tornando algo sem importância, mas não para o nosso corpo. Sem a variação hormonal natural não há ciclo. Não há fases de introspecção e expansão, não há conexão entre nosso ciclo menstrual e o ciclo lunar. Fica difícil entender como a gente funciona e toda a "magia" que há nisso tudo.
Como falado anteriormente, infelizmente poucos médicos nos informam dos fatores de risco do anticoncepcional. Fora o risco da trombose, AVC e questões relacionadas à coagulação do sangue, ele também causa alguns efeitos colaterais que variam de mulhere para mulher como dores de cabeça, enjoo, variação no peso, diminuição da libido, depressão, variação de humor e desregulação hormonal. E tudo isso você só vai ficar sabendo através de relatos de outras mulheres, lendo a bula do seu anticoncepcional, ou em consultas profissionais da Ginecologia Natural, e das medicinas tradicionais ou naturopatas. Infelizmente é mais cômodo passar anticoncepcionais para os sintomas ginecológicos do que estudar como as emoções são responsáveis pelo bom funcionamento do nosso sistema endócrino que produzem os nossos hormônios. Também existe a questão dos desruptores endócrinos que são substancias sintéticas presentes em cosméticos entre outros produtos industrializados que desregulam nossos hormônios reprodutivos, como os triclosan, isobutilparabeno, BPA, entre outros que são liberados no Brasil mas proibidos em alguns países, e também são lucrativos para a indústria.
Claro que muitas mulheres gostam de não estar conectadas ao seu ciclo e para muitas os anticoncepcionais são o melhor método. Mas para muitas que achavam isto e têm que parar de tomar anticoncepcionais por motivo de doença ou outra questão, acabam se dando conta de como é diferente a vida sem estes hormônios sintéticos, e como já usavam desde o começo dos ciclos menstruais nunca tinha se dado conta disto.
Nós que já temos consciência dos contras deste método temos o direito de ser devidamente informadas sobre outros métodos que existem e que podem funcionar muito bem e sem todas as consequências que os hormônios causam para a nossa saúde. Existem também muitas outras formas de tratar distúrbios menstruais, SOP, Mioma, cistos, TPM de forma natural e muito eficiente, que inclusive trata as causas emocionais das doenças e não apenas engana nosso organismo.
Conhecimento sobre nosso sistema reprodutivo é fundamental para garantir nossos direitos reprodutivos, e nossa autonomia em relação ao sistema.
Este é o primeiro post informativo sobre os métodos contraceptivos, em que procurei explicar a visão de uma mulher feminista e consciente, além de ser formada em Ginecologia Natural, sobre os métodos contraceptivos hormonais.
Nos próximos textos, falarei sobre os métodos contraceptivos naturais e a percepção da fertilidade, o caminho que eu estou trilhando. Estou disposta a informar muitas mulheres sobre este assunto que demorei tanto tempo para conseguir responder tantas dúvidas que eu tinha.
Vamos trilhar juntas? Bora informar as amigas? Compartilha e fica ligada nos próximos textos!
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